O escritório de direitos humanos das Nações Unidas disse nesta terça-feira (9) estar “alarmado” com o crescimento da crise política no Egito e lamentou o fato que dezenas de pessoas foram mortas e feridas em meio à queda do presidente Mohamed Morsi.
De acordo com o Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH), desde sexta-feira (5) mais de 80 pessoas foram mortas e mais de mil foram feridas em diversos confrontos pelo país, dentro e fora do complexo da Guarda Republicana.
Cécile Pouilly, a porta-voz do ACNUDH, parabenizou o anúncio feito pelo chefe interino do Estado, afirmando que foi pedida uma investigação do incidente desta segunda-feira (8) – onde aproximadamente 51 pessoas foram mortas e 300 foram feridas. Pouilly disse a jornalistas em Genebra que o inquérito deve ser realizado por um organismo independente e imparcial, e seus resultados devem ser tornados públicos.
Os militares depuseram o presidente Morsi no dia 3 de julho, suspenderam a Constituição e abriram caminho para um governo interino. Desde então, adversários e simpatizantes de Morsi continuam se enfrentando em grandes manifestações, com policiais e forças de segurança aprofundando o cenário de caos.
Nesta segunda-feira (8), a autoridade interina anunciou planos para a formação de um painel para reformar a Constituição: a realização de um referendo sobre mudanças constitucionais e de eleições parlamentares. Os planos foram rejeitados pela Irmandade Muçulmana, grupo político ao qual Morsi pertence.
“Nós pedimos que todas as partes envolvidas realizem um diálogo construtivo e um processo amplo e inclusivo para fazer o país avabçar”, afirmou Pouilly, observando que o ACNUDH continuará acompanhando de perto os desdobramentos do conflito.